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A linguagem Go foi criada a partir da necessidade de ver trabalho feito. Não é a última moda em ciências da computação, mas é a mais recente e mais rápida forma de resolver os problemas do mundo real.
Tem conceitos familiares de linguagens imperativas com tipagem estática. É rápida para compilar e rápida para executar, acrescentando mecanismos de concorrência fáceis de entender para tirar partido dos CPUs multi-core de hoje em dia, e tem recursos para ajudar com a programação em larga escala.
Go vem com uma biblioteca padrão exaustiva e uma comunidade entusiasta.
// Comentário de uma linha
/* Comentário de
várias linhas */
// A cláusula package aparece no início de cada arquivo.
// main é um nome especial declarando um executável ao invés de uma biblioteca.
package main
// A cláusula Import declara os pacotes referenciados neste arquivo.
import (
"fmt" // Um pacote da biblioteca padrão da linguagem Go
"net/http" // Sim, um servidor web!
"strconv" // Conversão de Strings
)
// Definição de uma função. Main é especial. É o ponto de entrada para o
// programa executável. Goste-se ou não, a linguagem Go usa chaves.
func main() {
// A função Println envia uma linha para stdout.
// É necessário qualificá-la com o nome do pacote, fmt.
fmt.Println("Olá Mundo!")
// Chama outra função dentro deste pacote.
beyondHello()
}
// As funções declaram os seus parâmetros dentro de parênteses. Se a função
// não receber quaisquer parâmetros, é obrigatório usar parênteses vazios.
func beyondHello() {
var x int // Declaração de variável. Tem de ser declarada antes de usar.
x = 3 // Atribuição de variável.
// Declarações "curtas" usam := para inferir o tipo, declarar e atribuir.
y := 4
sum, prod := learnMultiple(x, y) // a função retorna dois valores
fmt.Println("soma:", sum, "produto:", prod)
learnTypes() // continuar a aprender!
}
// As funções podem receber parâmetros e retornar (vários!) valores.
func learnMultiple(x, y int) (sum, prod int) {
return x + y, x * y // retorna dois valores
}
// Alguns tipos e literais básicos.
func learnTypes() {
// Declarações "curtas" geralmente servem para o que pretendemos.
s := "Aprender Go!" // tipo string
s2 := `Uma string em "bruto"
pode incluir quebras de linha.` // mesmo tipo string
// literal não-ASCII. A linguagem Go utiliza de raiz a codificação UTF-8.
g := 'Σ' // tipo rune, um alias para int32, que contém um código unicode
f := 3.14159 // float64, número de vírgula flutuante de 64bit (IEEE-754)
c := 3 + 4i // complex128, representado internamente com dois float64s
// Declaração de variáveis, com inicialização.
var u uint = 7 // inteiro sem sinal, tamanho depende da implementação do Go
var pi float32 = 22. / 7
// Sintaxe de conversão de tipo, com declaração "curta".
n := byte('\n') // byte é um alias para uint8
// Os arrays têm tamanho fixo e definido antes da compilação.
var a4 [4]int // um array de 4 ints, inicializado com ZEROS
a3 := [...]int{3, 1, 5} // um array de 3 ints, inicializado como mostrado
// As slices têm tamanho dinâmico. Os arrays e as slices têm cada um as
// suas vantagens mas o uso de slices é muito mais comum.
s3 := []int{4, 5, 9} // compare com a3. sem reticências aqui
s4 := make([]int, 4) // aloca uma slice de 4 ints, inicializada com ZEROS
var d2 [][]float64 // declaração apenas, nada é alocado
bs := []byte("uma slice") // sintaxe de conversão de tipos
p, q := learnMemory() // learnMemory retorna dois apontadores para int.
fmt.Println(*p, *q) // * segue um apontador. isto imprime dois ints.
// Os maps são um tipo de matriz associativa, semelhante aos tipos hash
// ou dictionary que encontramos noutras linguagens.
m := map[string]int{"três": 3, "quatro": 4}
m["um"] = 1
// As variáveis não usadas são um erro em Go.
// O traço inferior permite "usar" uma variável, mas descarta o seu valor.
_, _, _, _, _, _, _, _, _ = s2, g, f, u, pi, n, a3, s4, bs
// Enviar para o stdout conta como utilização de uma variável.
fmt.Println(s, c, a4, s3, d2, m)
learnFlowControl()
}
// A linguagem Go é totalmente garbage collected. Tem apontadores mas não
// permite que os apontadores sejam manipulados com aritmética. Pode-se cometer
// um erro com um apontador nulo, mas não por incrementar um apontador.
func learnMemory() (p, q *int) {
// A função retorna os valores p e q, que são do tipo apontador para int.
p = new(int) // a função new aloca memória, neste caso para um int.
// O int alocado é inicializado com o valor 0, p deixa de ser nil.
s := make([]int, 20) // alocar 20 ints como um único bloco de memória
s[3] = 7 // atribui o valor 7 a um deles
r := -2 // declarar outra variável local
return &s[3], &r // & obtém o endereço de uma variável.
}
func expensiveComputation() int {
return 1e6
}
func learnFlowControl() {
// As instruções if exigem o uso de chavetas, e não requerem parênteses.
if true {
fmt.Println("eu avisei-te")
}
// A formatação do código-fonte é "estandardizada" através do comando
// da linha de comandos "go fmt."
if false {
// reclamar
} else {
// exultar
}
// Preferir o uso de switch em vez de ifs em cadeia.
x := 1
switch x {
case 0:
case 1:
// os cases não fazem "fall through"
case 2:
// esta linha só é executada se e só se x=2
}
// Tal como a instrução if, a instrução for não usa parênteses.
for x := 0; x < 3; x++ { // x++ é uma instrução, nunca uma expressão
fmt.Println("iteração", x)
}
// note que, x == 1 aqui.
// A instrução for é a única para ciclos, mas assume várias formas.
for { // ciclo infinito
break // brincadeirinha
continue // nunca executado
}
// O uso de := numa instrução if permite criar uma variável local,
// que existirá apenas dentro do bloco if.
if y := expensiveComputation(); y > x {
x = y
}
// As funções podem ser closures.
xBig := func() bool {
return x > 100 // referencia x, declarado acima da instrução switch.
}
fmt.Println("xBig:", xBig()) // true (1e6 é o último valor de x)
x /= 1e5 // agora temos x == 10
fmt.Println("xBig:", xBig()) // false
// Quando for mesmo necessário, pode usar o velho goto.
goto love
love:
learnInterfaces() // Mais coisas interessantes chegando!
}
// Define Stringer como uma interface consistindo de um método, String.
type Stringer interface {
String() string
}
// Define pair como uma struct com dois campos ints chamados x e y.
type pair struct {
x, y int
}
// Define um método para o tipo pair. O tipo pair implementa agora a
// interface Stringer.
func (p pair) String() string { // p é chamado de "receptor"
// Sprintf é outra função pública no pacote fmt.
// Uso de pontos para referenciar os campos de p.
return fmt.Sprintf("(%d, %d)", p.x, p.y)
}
func learnInterfaces() {
// Uma struct pode ser inicializada com os valores dos seus campos dentro
// de chavetas, seguindo a mesma ordem com que os campos foram definidos.
p := pair{3, 4}
fmt.Println(p.String()) // chama o método String de p, que tem tipo pair.
var i Stringer // declara i do tipo interface Stringer.
i = p // válido, porque pair implementa Stringer
// Chama o método String de i, que tem tipo Stringer. Mesmo que acima.
fmt.Println(i.String())
// As funções no pacote fmt chamam o método String para pedir a um objecto
// uma representação textual de si mesmo.
fmt.Println(p) // mesmo que acima. Println chama o método String.
fmt.Println(i) // mesmo que acima.
learnErrorHandling()
}
func learnErrorHandling() {
// ", ok" forma idiomática usada para saber se algo funcionou ou não.
m := map[int]string{3: "três", 4: "quatro"}
if x, ok := m[1]; !ok { // ok vai ser false porque 1 não está no map m.
fmt.Println("ninguem lá")
} else {
fmt.Print(x) // x seria o valor, se 1 estivesse no map.
}
// Um valor de erro comunica mais informação sobre o problema.
if _, err := strconv.Atoi("non-int"); err != nil { // _ descarta o valor
// imprime "strconv.ParseInt: parsing "non-int": invalid syntax"
fmt.Println(err)
}
// Vamos revisitar as interfaces um pouco mais tarde. Entretanto,
learnConcurrency()
}
// c é um channel, um objecto para comunicação concurrency-safe.
func inc(i int, c chan int) {
c <- i + 1 // <- é operador "enviar" quando um channel aparece à esquerda.
}
// Vamos usar a função inc para incrementar números de forma concorrente.
func learnConcurrency() {
// A mesma função make usada anteriormente para alocar uma slice.
// Make aloca e inicializa slices, maps, e channels.
c := make(chan int)
// Inicia três goroutines concorrentes. Os números serão incrementados de
// forma concorrente, talvez em paralelo se a máquina for capaz e estiver
// configurada correctamente. As três goroutines enviam para o mesmo canal.
go inc(0, c) // go é a instrução para iniciar uma goroutine.
go inc(10, c)
go inc(-805, c)
// Lê três resultados do channel c e imprime os seus valores.
// Não se pode dizer em que ordem os resultados vão chegar!
fmt.Println(<-c, <-c, <-c) // channel na direita, <- é operador "receptor".
cs := make(chan string) // outro channel, este lida com strings.
cc := make(chan chan string) // channel que lida com channels de strings.
go func() { c <- 84 }() // inicia uma goroutine para enviar um valor
go func() { cs <- "palavroso" }() // outra vez, para o channel cs desta vez
// A instrução select tem uma sintaxe semelhante à instrução switch mas
// cada caso envolve uma operação com channels. Esta instrução seleciona,
// de forma aleatória, um caso que esteja pronto para comunicar.
select {
case i := <-c: // o valor recebido pode ser atribuído a uma variável
fmt.Printf("é um %T", i)
case <-cs: // ou o valor recebido pode ser descartado
fmt.Println("é uma string")
case <-cc: // channel vazio, não se encontra pronto para comunicar.
fmt.Println("não aconteceu")
}
// Neste ponto um valor foi recebido de um dos channels c ou cs. Uma das
// duas goroutines iniciadas acima completou, a outra continua bloqueada.
learnWebProgramming() // Go faz. Você quer faze-lo também.
}
// Basta apenas uma função do pacote http para iniciar um servidor web.
func learnWebProgramming() {
// O primeiro parâmetro de ListenAndServe é o endereço TCP onde escutar.
// O segundo parâmetro é uma interface, especificamente http.Handler.
err := http.ListenAndServe(":8080", pair{})
fmt.Println(err) // não ignorar erros
}
// Tornar pair um http.Handler ao implementar o seu único método, ServeHTTP.
func (p pair) ServeHTTP(w http.ResponseWriter, r *http.Request) {
// Servir dados com um método de http.ResponseWriter
w.Write([]byte("Aprendeu Go em Y minutos!"))
}
A principal fonte de informação é o web site oficial Go. Lá é possível seguir o tutorial, experimentar de forma iterativa, e ler muito.
A própria especificação da linguagem é altamente recomendada. É fácil de ler e incrivelmente curta (em relação ao que é habitual hoje em dia).
Na lista de leitura para os aprendizes de Go deve constar o código fonte da biblioteca padrão. Exaustivamente documentado, é a melhor demonstração de código fácil de ler e de perceber, do estilo Go, e da sua escrita idiomática. Ou então clique no nome de uma função na documentação e veja o código fonte aparecer!
Outra ótima fonte para aprender Go é o Go by example. Apesar de ser em inglês, é possível recodificar os exemplos para aprender sobre a linguagem.
Sugestões ou correções? Abra uma issue no repositório do GitHub, ou faça um pull request você mesmo!
Originalmente contribuído por Sonia Keys e atualizado por 8 colaboradores.