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Python foi criado por Guido Van Rossum no começo dos anos 90. Atualmente é uma das linguagens de programação mais populares. Eu me apaixonei por Python, por sua clareza de sintaxe. É basicamente pseudocódigo executável.
Nota: Este artigo usa Python 2.7 especificamente, mas deveria ser aplicável a qualquer Python 2.x. Logo haverá uma versão abordando Python 3!
# Comentários de uma linha começam com cerquilha (ou sustenido)
""" Strings de várias linhas podem ser escritas
usando três ", e são comumente usadas
como comentários
"""
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## 1. Tipos de dados primitivos e operadores
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# Você usa números normalmente
3 #=> 3
# Operadores matemáticos são aqueles que você já está acostumado
1 + 1 #=> 2
8 - 1 #=> 7
10 * 2 #=> 20
35 / 5 #=> 7
# A divisão é um pouco estranha. A divisão de números inteiros arredonda
# para baixo o resultado, automaticamente
5 / 2 #=> 2
# Para concertar a divisão, precisamos aprender sobre números de ponto
# flutuante (conhecidos como 'float').
2.0 # Isso é um 'float'
11.0 / 4.0 #=> 2.75 ahhh... muito melhor
# Forçamos a precedência de operadores usando parênteses
(1 + 3) * 2 #=> 8
# Valores booleanos (ou 'boolean') são também tipos primitivos
True
False
# Negamos usando 'not'
not True #=> False
not False #=> True
# Testamos igualdade usando '=='
1 == 1 #=> True
2 == 1 #=> False
# E desigualdade com '!='
1 != 1 #=> False
2 != 1 #=> True
# Mais comparações
1 < 10 #=> True
1 > 10 #=> False
2 <= 2 #=> True
2 >= 2 #=> True
# As comparações podem ser encadeadas!
1 < 2 < 3 #=> True
2 < 3 < 2 #=> False
# Strings são criadas com " ou '
"Isso é uma string."
'Isso também é uma string.'
# Strings podem ser somadas (ou melhor, concatenadas)!
"Olá " + "mundo!" #=> "Olá mundo!"
# Uma string pode ser tratada como uma lista de caracteres
"Esta é uma string"[0] #=> 'E'
# O caractere % pode ser usado para formatar strings, desta forma:
"%s podem ser %s" % ("strings", "interpoladas")
# Um jeito novo de formatar strings é usando o método 'format'.
# Esse método é o jeito mais usado
"{0} podem ser {1}".format("strings", "formatadas")
# Você pode usar palavras-chave (ou 'keywords') se você não quiser contar.
"{nome} quer comer {comida}".format(nome="João", comida="lasanha")
# 'None' é um objeto
None #=> None
# Não use o operador de igualdade `==` para comparar objetos com 'None'
# Ao invés disso, use `is`
"etc" is None #=> False
None is None #=> True
# O operador 'is' teste a identidade de um objeto. Isso não é
# muito útil quando estamos lidando com valores primitivos, mas é
# muito útil quando lidamos com objetos.
# None, 0, e strings/listas vazias são todas interpretadas como 'False'.
# Todos os outros valores são 'True'
0 == False #=> True
"" == False #=> True
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## 2. Variáveis e Coleções
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# Imprimir na tela é muito fácil
print "Eu sou o Python. Prazer em te conhecer!"
# Nós não precisamos declarar variáveis antes de usá-las, basta usar!
alguma_variavel = 5 # A convenção é usar caixa_baixa_com_sobrescritos
alguma_variavel #=> 5
# Acessar uma variável que não teve nenhum valor atribuído anteriormente é
# uma exceção.
# Veja a seção 'Controle' para aprender mais sobre tratamento de exceção.
outra_variavel # Gera uma exceção de erro de nome
# 'if' pode ser usado como uma expressão
"uepa!" if 3 > 2 else 2 #=> "uepa!"
# Listas armazenam sequências de elementos
lista = []
# Você pode inicializar uma lista com valores
outra_lista = [4, 5, 6]
# Adicione elementos no final da lista usando 'append'
lista.append(1) # lista é agora [1]
lista.append(2) # lista é agora [1, 2]
lista.append(4) # lista é agora [1, 2, 4]
lista.append(3) # lista é agora [1, 2, 4, 3]
# Remova elementos do fim da lista usando 'pop'
lista.pop() #=> 3 e lista é agora [1, 2, 4]
# Vamos adicionar o elemento novamente
lista.append(3) # lista agora é [1, 2, 4, 3] novamente.
# Acesse elementos de uma lista através de seu índices
lista[0] #=> 1
# Acesse o último elemento com índice negativo!
lista[-1] #=> 3
# Tentar acessar um elemento fora dos limites da lista gera uma exceção
# do tipo 'IndexError'
lista[4] # Gera uma exceção 'IndexError'
# Você pode acessar vários elementos ao mesmo tempo usando a sintaxe de
# limites
# (Para quem gosta de matemática, isso é um limite fechado/aberto)
lista[1:3] #=> [2, 4]
# Você pode omitir o fim se quiser os elementos até o final da lista
lista[2:] #=> [4, 3]
# O mesmo para o início
lista[:3] #=> [1, 2, 4]
# Remova um elemento qualquer de uma lista usando 'del'
del lista[2] # lista agora é [1, 2, 3]
# Você pode somar listas (obs: as listas originais não são modificadas)
lista + outra_lista #=> [1, 2, 3, 4, 5, 6]
# Você também pode concatenar usando o método 'extend' (lista será modificada!)
lista.extend(outra_lista) # Agora lista é [1, 2, 3, 4, 5, 6]
# Para checar se um elemento pertence a uma lista, use 'in'
1 in lista #=> True
# Saiba quantos elementos uma lista possui com 'len'
len(lista) #=> 6
# Tuplas são iguais a listas, mas são imutáveis
tup = (1, 2, 3)
tup[0] #=> 1
tup[0] = 3 # Isso gera uma exceção do tipo TypeError
# Você pode fazer nas tuplas todas aquelas coisas fez com a lista
len(tup) #=> 3
tup + (4, 5, 6) #=> (1, 2, 3, 4, 5, 6)
tup[:2] #=> (1, 2)
2 in tup #=> True
# Você pode 'desempacotar' tuplas (ou listas) em variáveis, associando cada
# elemento da tupla/lista a uma variável correspondente
a, b, c = (1, 2, 3) # a agora é 1, b agora é 2, c agora é 3
# Tuplas são criadas por padrão, mesmo se você não usar parênteses
d, e, f = 4, 5, 6
# Sabendo disso, veja só como é fácil trocar os valores de duas variáveis!
e, d = d, e # d agora é 5, e agora é 4
# Dicionários armazenam 'mapeamentos' (do tipo chave-valor)
dicionario_vazio = {}
# Aqui criamos um dicionário já contendo valores
dicionario = {"um": 1, "dois": 2, "três": 3}
# Acesse valores usando []
dicionario["um"] #=> 1
# Retorna uma lista com todas as chaves do dicionário
dicionario.keys() #=> ["três", "dois", "um"]
# Nota: A ordem das chaves não é garantida.
# O resultado no seu interpretador não necessariamente será igual a esse.
# Retorna uma lista com todos os valores do dicionário
dicionario.values() #=> [3, 2, 1]
# Nota: A mesma nota acima sobre a ordenação é válida aqui.
# Veja se uma chave qualquer está em um dicionário usando 'in'
"um" in dicionario #=> True
1 in dicionario #=> False
# Tentar acessar uma chave que não existe gera uma exceção do tipo 'KeyError'
dicionario["quatro"] # Gera uma exceção KeyError
# Você pode usar o método 'get' para evitar gerar a exceção 'KeyError'.
# Ao invés de gerar essa exceção, irá retornar 'None' se a chave não existir.
dicionario.get("um") #=> 1
dicionario.get("quatro") #=> None
# O método 'get' suporta um argumento que diz qual valor deverá ser
# retornado se a chave não existir (ao invés de 'None').
dicionario.get("um", 4) #=> 1
dicionario.get("quatro", 4) #=> 4
# O método 'setdefault' é um jeito seguro de adicionar um novo par
# chave-valor a um dicionário, associando um valor padrão imutável à uma chave
dicionario.setdefault("cinco", 5) # dicionario["cinco"] é definido como 5
dicionario.setdefault("cinco", 6) # dicionario["cinco"] ainda é igual a 5
# Conjuntos (ou sets) armazenam ... bem, conjuntos
# Nota: lembre-se que conjuntos não admitem elementos repetidos!
conjunto_vazio = set()
# Podemos inicializar um conjunto com valores
conjunto = set([1, 2, 2, 3, 4]) # conjunto é set([1, 2, 3, 4]), sem repetição!
# Desde o Python 2.7, {} pode ser usado para declarar um conjunto
conjunto = {1, 2, 2, 3, 4} # => {1 2 3 4}
# Adicione mais ítens a um conjunto com 'add'
conjunto.add(5) # conjunto agora é {1, 2, 3, 4, 5}
# Calcule a intersecção de dois conjuntos com &
outro_conj = {3, 4, 5, 6}
conjunto & outro_conj #=> {3, 4, 5}
# Calcule a união de dois conjuntos com |
conjunto | outro_conj #=> {1, 2, 3, 4, 5, 6}
# E a diferença entre dois conjuntos com -
{1,2,3,4} - {2,3,5} #=> {1, 4}
# Veja se um elemento existe em um conjunto usando 'in'
2 in conjunto #=> True
10 in conjunto #=> False
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## 3. Controle
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# Para começar, vamos apenas criar uma variável
alguma_var = 5
# Aqui está uma expressão 'if'. Veja como a identação é importante em Python!
# Esses comandos irão imprimir "alguma_var é menor que 10"
if alguma_var > 10:
print "some_var é maior que 10."
elif some_var < 10: # Esse 'elif' é opcional
print "some_var é menor que 10."
else: # Esse 'else' também é opcional
print "some_var é igual a 10."
"""
Laços (ou loops) 'for' iteram em listas.
Irá imprimir:
cachorro é um mamífero
gato é um mamífero
rato é um mamífero
"""
for animal in ["cachorro", "gato", "rato"]:
# Você pode usar % para interpolar strings formatadas
print "%s é um mamífero" % animal
"""
A função `range(um número)` retorna uma lista de números
do zero até o número dado.
Irá imprimir:
0
1
2
3
"""
for i in range(4):
print i
"""
Laços 'while' executam enquanto uma condição dada for verdadeira.
Irá imprimir:
0
1
2
3
"""
x = 0
while x < 4:
print x
x += 1 # Isso é um atalho para a expressão x = x + 1
# Tratamos excessões usando o bloco try/except
# Funciona em Python 2.6 e versões superiores:
try:
# Use 'raise' para gerar um erro
raise IndexError("Isso é um erro de índice")
except IndexError as e:
pass # Pass é um operador que não faz nada, deixa passar.
# Usualmente você iria tratar a exceção aqui...
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## 4. Funções
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# Use 'def' para definir novas funções
def soma(x, y):
print "x é %s e y é %s" % (x, y)
return x + y # Retorne valores usando 'return'
# Chamando funções com parâmetros
soma(5, 6) #=> imprime "x é 5 e y é 6" e retorna o valor 11
# Um outro jeito de chamar funções é especificando explicitamente os valores
# de cada parâmetro com chaves
soma(y=6, x=5) # Argumentos com chaves podem vir em qualquer ordem.
# Você pode definir funções que recebem um número qualquer de argumentos
# (respeitando a sua ordem)
def varargs(*args):
return args
varargs(1, 2, 3) #=> (1,2,3)
# Você também pode definir funções que recebem um número qualquer de argumentos
# com chaves
def args_com_chaves(**ch_args):
return ch_args
# Vamos chamar essa função para ver o que acontece
args_com_chaves(pe="grande", lago="Ness") #=> {"pe": "grande", "lago": "Ness"}
# Você pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo, se desejar
def todos_args(*args, **ch_wargs):
print args
print ch_args
"""
todos_args(1, 2, a=3, b=4) imprime:
(1, 2)
{"a": 3, "b": 4}
"""
# Quando você chamar funções, pode fazer o oposto do que fizemos até agora!
# Podemos usar * para expandir tuplas de argumentos e ** para expandir
# dicionários de argumentos com chave.
args = (1, 2, 3, 4)
ch_args = {"a": 3, "b": 4}
todos_args(*args) # equivalente a todos_args(1, 2, 3, 4)
todos_args(**ch_args) # equivalente a todos_args(a=3, b=4)
todos_args(*args, **ch_args) # equivalente a todos_args(1, 2, 3, 4, a=3, b=4)
# Em Python, funções são elementos de primeira ordem (são como objetos,
# strings ou números)
def cria_somador(x):
def somador(y):
return x + y
return somador
soma_10 = cria_somador(10)
soma_10(3) #=> 13
# Desta forma, existem também funções anônimas
(lambda x: x > 2)(3) #=> True
# E existem funções de alta ordem por padrão
map(soma_10, [1,2,3]) #=> [11, 12, 13]
filter(lambda x: x > 5, [3, 4, 5, 6, 7]) #=> [6, 7]
reduce(lambda x, y: x + y, [3, 4, 5, 6, 7]) #=> 25
# Nós podemos usar compreensão de listas para mapear e filtrar também
[soma_10(i) for i in [1, 2, 3]] #=> [11, 12, 13]
[x for x in [3, 4, 5, 6, 7] if x > 5] #=> [6, 7]
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## 5. Classes
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# Para criar uma nova classe, devemos herdar de 'object'
class Humano(object):
# Um atributo de classe. Ele é compartilhado por todas as instâncias dessa
# classe
especie = "H. sapiens"
# Definimos um inicializador básico
def __init__(self, nome):
# Atribui o valor de argumento dado a um atributo da instância
self.nome = nome
# Um método de instância. Todos os métodos levam 'self' como primeiro
# argumento
def diga(self, msg):
return "%s: %s" % (self.nome, msg)
# Um método de classe é compartilhado por todas as instâncias
# Eles são chamados passando o nome da classe como primeiro argumento
@classmethod
def get_especie(cls):
return cls.especie
# Um método estático é chamado sem uma referência a classe ou instância
@staticmethod
def ronca():
return "*arrrrrrr*"
# Instancie uma classe
i = Humano(nome="Ivone")
print i.diga("oi") # imprime "Ivone: oi"
j = Human("Joel")
print j.say("olá") #prints out "Joel: olá"
# Chame nosso método de classe
i.get_especie() #=> "H. sapiens"
# Modifique um atributo compartilhado
Humano.especie = "H. neanderthalensis"
i.get_especie() #=> "H. neanderthalensis"
j.get_especie() #=> "H. neanderthalensis"
# Chame o método estático
Humano.ronca() #=> "*arrrrrrr*"
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## 6. Módulos
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# Você pode importar módulos
import math
print math.sqrt(16) #=> 4.0
# Você pode importar funções específicas de um módulo
from math import ceil, floor
print ceil(3.7) #=> 4.0
print floor(3.7) #=> 3.0
# Você também pode importar todas as funções de um módulo
# Atenção: isso não é recomendado!
from math import *
# Você pode usar apelidos para os módulos, encurtando seus nomes
import math as m
math.sqrt(16) == m.sqrt(16) #=> True
# Módulos em Python são apenas arquivos Python. Você
# pode escrever o seu próprio módulo e importá-lo. O nome do
# módulo será o mesmo que o nome do arquivo.
# Você pode descobrir quais funções e atributos
# estão definidos em um módulo qualquer.
import math
dir(math)
Sugestões ou correções? Abra uma issue no repositório do GitHub, ou faça um pull request você mesmo!
Originalmente contribuído por Louie Dinh e atualizado por 3 colaborador(es).